Descoberta Revolucionária: Sangue Universal Produzido em Laboratório

Imagine um mundo onde qualquer pessoa possa doar sangue para qualquer outra, independentemente do tipo sanguíneo. Isso pode não ser apenas uma visão futurística, mas uma realidade em desenvolvimento graças a uma descoberta recente que pode revolucionar as transfusões de sangue.

Os cientistas deram um passo significativo em direção a esse objetivo ao utilizar enzimas produzidas por bactérias intestinais para tornar o sangue dos tipos A e B mais compatível com o tipo O. Normalmente, o tipo O é conhecido como doador universal, mas nem sempre há suprimentos suficientes desse tipo sanguíneo para atender à demanda crescente por transfusões.

Neste novo estudo, publicado na revista Nature Microbiology, os pesquisadores identificaram longas cadeias de moléculas de açúcar que causam incompatibilidade entre os diferentes tipos sanguíneos. Usando um coquetel de enzimas derivadas de uma bactéria intestinal chamada Akkermansia muciniphila, eles conseguiram remover essas cadeias de açúcar dos glóbulos vermelhos.

Descoberta Revolucionária Sangue Universal Produzido em Laboratório
(Mathias Jensen)

Dr. Martin Olsson, da Universidade de Lund, na Suécia, descreveu o processo como “muito bonito”, pois as enzimas utilizadas foram emprestadas das bactérias que normalmente metabolizam o muco intestinal. Esse método permitiu que os cientistas transformassem o sangue tipo A e B, que possui antígenos específicos, para se assemelhar molecularmente ao tipo O, eliminando assim a incompatibilidade.

O estudo revelou que, após a remoção dos antígenos e dessas longas cadeias de açúcar, o sangue tipo B tornou-se 91% a 96% compatível com o tipo O, enquanto o sangue tipo A mostrou uma melhora de 50% nesse aspecto. Embora ainda haja desafios a serem superados, como garantir a segurança e eficácia desse método em transfusões reais, essa descoberta representa um avanço promissor na área da medicina transfusional.

A busca por uma “enzima mágica” ou um coquetel ideal de enzimas continua, mas os cientistas estão mais próximos do que nunca de tornar a doação de sangue uma prática ainda mais inclusiva e acessível para todos. Este é apenas o começo de uma jornada que pode transformar radicalmente a maneira como lidamos com transfusões de sangue no futuro.

Fonte: Live Science

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