Esse é considerado um dos maiores nomes do jornalismo esportivo na história brasileira. Para muitos, é o maior, devido a importância que teve no cenário esportivo. O nome do Estádio do Maracanã, o templo do futebol, é Estádio Jornalista Mário Filho. Certamente, nem todo mundo sabe disso.
Uma polêmica recente, em resumo, fez o nome do ícone ficar em destaque. Sendo assim, saiba o que faz de Mário Filho alguém tão importante, a ponto ter seu nome eternizado no estádio mais famoso do planeta.
Projetos tramitam para colocar no estádio histórico o nome do Rei Pelé, maior símbolo do futebol. Mas, para quem conhece a história do Jornalista Mário Filho e do próprio Maracanã, não há motivos para tal mudança.
Jornalista Mário Filho: a lenda do jornalismo esportivo
Mário Leite Rodrigues Filho marca a história do futebol carioca. Sua trajetória, certamente, teve repercussão no esporte nacional, e não apenas estadual. O jornalista foi um grande idealizador do desenvolvimento do futebol no Rio de Janeiro. A luta dele para que fosse feito ali o maior estádio do mundo, na época, ficou eternizada no nome do próprio estádio.
No início do século XX, em resumo, ele já via a expansão do futebol no estado. O maracanã existe hoje, e fica onde fica, devido ao insistente e confiante trabalho de Mário Filho. O “Criador de Multidões” inflamava o povo no amor ao esporte mais popular no Brasil.
História de Mário Filho
Nascido em Pernambuco, em 1908, ele já veio ao mundo em um meio jornalístico. Filho do proprietário do jornal “A Manhã”, importante na década de 1920, ele tinha a notícia nas veias. Foi para o Rio de Janeiro ainda pequeno e, em pouco tempo, já era repórter no jornal do pai. Era irmão de ninguém menos do que Nelson Rodrigues, um dos mais influentes e importantes dramaturgos e escritores do Brasil.
Mas ele começou a se enveredar por algo novo, o Jornalismo Esportivo. Com essa paixão, em suma, criou o ‘Mundo Esportivo’, que é considerado o primeiro com foco no esporte. Portanto, trouxe o futebol para mais perto do povo, começando a era do amor pelos clubes e proximidade de todos.
Com sua influência e pioneirismo, ajudou no desenvolvimento do Torneio Rio-SP. Em resumo, o jornal focava nos esportes mais populares da época: remo e, claro, futebol. Não é à toa que grandes clubes do Rio de Janeiro nasceram do remo, como é o caso de Flamengo e Vasco da Gama.
Incentivo ao crescimento do futebol
Com o apoio e incentivo do Jornalista Mário Filho, clubes menores começaram a aparecer. Ele dava espaço e mídia a torneiros amadores, por exemplo, fazendo com que surgissem mais atletas e times.
Como se não fosse suficiente, enfim, também foi um dos desenvolvedores das primeiras competições de escolas de samba, em 1932.
Foi ele quem criou termos históricos como “Fla-Flu”, usado para identificar o embate entre Flamengo e Fluminense. Ao lado do irmão, Nelson Rodrigues, atuou em peso no incentivo ao esporte. Mas, em 1936, ganhou ainda mais relevância. Isso, pois comprou de Roberto Marinho (Fundado do ‘O Globo’) o Jornal dos Sports.
Fundação do Maracanã e homenagem ao trabalho realizado
Com a relevância que ganhou, trouxe a público um debate que culminaria, em síntese, na construção do mais importante estádio do mundo. Entre 1940 e 1950, portanto, ele insistiu nessa questão, chamando os torcedores a inflamar a causa.
O objetivo era a criação de um estádio, na capital fluminense, que serviria para incentivar o futebol carioca. O local reuniria os clubes regionais e centralizaria o esporte, dando casa a todos e aumentando as possibilidades para que o futebol atingisse patamares mais importantes.
Para a Copa do Mundo de 1950, finalmente, seria construído o tal estádio, mas ele seria erguido na região de Jacarepaguá. Mário filho foi contra, pois queria que o estádio ficasse com acesso mais fácil a todos, ou seja, mais centralizado. O objetivo era um espaço para 150 mil torcedores.
Para que isso acontecesse, Mário Filho convenceu a opinião pública a apostar na ideia dele, de trazer a obra para mais perto de todos. Após muita discussão, o bairro do Maracanã foi escolhido para ser o centro do futebol carioca. Mas, claro, também seria o estádio mais importante da Copa do Mundo.
Homenagem no Templo do Futebol Mundial
O Maraca recebeu, em primeiro lugar, o nome do prefeito da época. Ou seja, era o “Estádio Municipal Mendes de Moraes”. Mas por causa de atrasos, desvios de verbas e a derrota brasileira frente ao Uruguai na final da Copa de 1950, a alcunha mudou rapidamente.
Houve um desgaste político que, em suma, acabou derrubando por terra o primeiro nome do estádio. O gigante do futebol passou a se chamar “Estádio Municipal do Maracanã”. Ou seja, o nome do Jornalista Mário Filho não foi nem a primeira, e nem a segunda opção.
Em 1966, enfim, veio o reconhecimento por todo o trabalho dessa importante figura. Foi nesse ano, portanto, que o Maraca foi rebatizado para “Estádio Jornalista Mário Filho”. Sem dúvida, ele foi o maior entusiasta e incentivador da criação do Maracanã. A homenagem póstuma, em resumo, ocorreu um mês após a morte de Mário Filho, vítima de um ataque cardíaco.
Obras literárias atribuídas ao Jornalista Mário Filho
Além das importantes contribuições ao jornalismo esportivo, como autor, Mário Filho também deixou livros valiosos. As obras, em síntese, mostram muito sobre a popularização e crescimento do futebol do Rio de Janeiro.
Entre os livros mais conhecidos estão: “Histórias do Flamengo”, de 1934; “O Negro no Futebol Brasileiro”, de 1947; e “Viagem em Torno de Pelé”, de 1964.
A história do Jornalista Mário Filho está ligada à história do futebol nacional e, claro, do maracanã. Sendo assim, para muitos, a mudança no nome do estádio não faz jus à história dele. O profissional contribuiu para a criação do estádio, localização mais relevante e até para o desenvolvimento dos times que jogariam ali.
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